SE MEU FUSCA FALASSE











A composição abaixo, uma das muitas brincadeiras que fazíamos naqueles tempos, conta um fato narrado pelo colega CERINHA, hoje aposentado, sobre o seu primeiro automóvel. Anos oitenta... Verdade? Mentira? Dele ou nossa?
Na conjuntura da crise,
Na balbúrdia econômica,
A filosofia dinâmica
É fugir da inflação.
No seio de toda verdade
Há pontinhas de mentira,
Mas veja quem é que tira
Verdade deste refrão.


Há, contudo, otimismos
Dentro da nobre ciência,
Fator de “comprofodência”
Mecânica da economia.
Vejam só que fato raro,
Raias da incongruência:
É fuga da coerência
Crer no amigo CERINHA.


Disse o nobre colega
Sem nenhum constrangimento
Pensando que sou jumento
Para de fato acreditar.
No ocultismo da verdade,
Ofuscando o raciocínio:
- Olha bem, seu menino,
Meu fusca não gasta para andar!


- Ida e volta a Jataí,
Quilômetros, mais de duzentos,
Meu fusca, ao sabor do vento
Só cheirou a gasolina.
Sete litros, ida e volta,
Foi só o que ele gastou,
Sem contar o que evaporou
E o que escorreu da turbina.


- Fui e voltei da Bahia
Com apenas quatro litros.
- Algo mais que esquisito,
Impossível acreditar.
- Porém, lhes digo, é verdade!
Sem platinado e bobina,
Movido só com a buzina
Andou três dias sem parar!


- Atentem bem para esse fato
Que ele diz ser verdadeiro,
Só que não convence “El Cornero”,
Cabeça dura de nascença.
Depois disso, o Tiãozinho,
Para contar suas histórias,
Não terá escapatória.
Terá que pedir licença.


“El Cornero”

Nenhum comentário: