FUGA DA ILHA DAS COBRAS




Esta estória (mais uma, né?) nos foi contada pelo Gê, ex-colega “boca de trapo”, afirmando que foram confissões verdadeiras do nosso outro colega, o “LERÉIA”. Ninguém aqui duvida do Gê, certo? Então, segundo ele, o Leréia serviu na gloriosa Marinha Brasileira. Em seu tempo de "caserna", certa feita, depois de ter deixado de lavar o convés, depois de haver comido a torta do comandante, de ter ocultado um clandestino e de ter gritado do cesto da gávea: “Quero dar baixa e trabalhar no IFGOIANO!”, foi posto de castigo por um superior. Ao se ver livre do castigo, posto para limpar e lubrificar as armas, deitou um fuzil no colo, com o cano virado para o traseiro do tal e, descuidadamente, acionou o gatilho. Ele não contou o que aconteceu com o cara, só o que aconteceu consigo. Disse que foi enviado como prisioneiro para a ilha das cobras, de onde fugiu na primeira oportunidade, montando uma sucuri de doze metros. Tal como ouvimos, contamos abaixo, parodiando a canção do marinheiro, a popular "Cisne Branco",  ilustrando com um flagrante de sua fuga, providencialmente retratado pela baleia MOBY DICK

QUAL CISNE BRANCO EU VI O EDU
QUE DESLIZAVA NUM LAGO AZUL
CAVALGANDO UMA SUCURI
EM NOITE ESCURA, NO RUMO SUL.

AOS CORCOVEIOS, SERPENTEANDO,
LEMBRO-ME COMO SE FOSSE AGORA:
POBRE MARUJO, SOBRE A CORCOVA,
PÉS NOS ESTRIBOS, “CARCANDO” A ESPORA.

EDU EM FUGA, DESESPERADO,
HAVIA ATIRADO NUM TENENTE.
DISSIMULADO, JUSTIFICAVA
QUE O DISPARO FORA ACIDENTE.

E PERSEGUIDO POR UMA FRAGATA,
CHICOTEANDO A SUCURI,
LEVOU UM TIRO EM PLENA PERNA,
FICOU PERNETA COMO UM SACI.

FINALMENTE, PISANDO EM TERRA,
ESCAPOU DE SER PERSEGUIDO.
MAS, QUANDO OLHOU PARA A RETAGUARDA,
A GRANDE COBRA HAVIA SUMIDO.

QUE ACONTECEU?
QUE ACONTECEU?

EL “CORNERO”
02/03/2010